VENERÁVEL MESTRE

No artigo anterior, 1.024 – Guarda do Templo, foi dito que, durante nossos trabalhos, dois Irmãos estão sempre prontos a nos defender, e à sua disposição há uma espada. A espada do Guarda do Templo é de metal e a do Venerável Mestre é flamejante.

Contudo, o que é flamejante? No sentido figurado/simbólico, é uma espada que tem esplendor, uma vivacidade impactante. No sentido alegórico, é uma espada que flameja, que expele flamas (chamas). Ela arde, ou seja, é de fogo.

Do mesmo modo, argumentou-se que, sem dúvidas, esse elemento simbólico correlaciona-se com a passagem em que Adão e Eva são expulsos do paraíso e um anjo ficou responsável pela proteção do Éden, portando uma Espada Flamejante.

Mas que anjo foi esse? Esse anjo é Uriel!

Sendo assim, apresento algumas provocações filosóficas e simbólicas que envolvem esse anjo com o Venerável Mestre.

Seu nome, em hebraico tiberiano, traduz-se como “Chama de Deus”. Em vários escritos apócrifos, fez-se intercessor da humanidade perante Deus, recebendo até a alcunha de “os olhos de Deus” – aquele que tudo vê.

Há várias representações artísticas do anjo Uriel. Em algumas, ele segura o Sol, pois era encarregado pelo seu giro ao redor da Terra. Como a Loja é um microcosmo, o Venerável Mestre representa um pequeno sol a nos tirar das trevas da ignorância, iluminando-nos com as luzes de sua sabedoria.

Falando em sabedoria, Uriel também é representado segurando um longo papiro, símbolo de sua sabedoria. O interessante é que sua forma material manifesta-se conforme aquele que se apresenta à sua frente.

Pessoas justas e de bons costumes o veem com um pássaro; aos injustos e impuros, ele se apresenta com a espada flamejante. Apesar de ser um “anjo”, nos estudos da angelologia, descobrimos que ele é “tão desprovido de piedade quanto qualquer demônio”. No Primeiro Livro de Enoque, é ele quem preside a tempestade e o terror.

Em contrapartida, é o anjo patrono das artes e descrito como o “espírito de visão mais arguta de todo o Céu”, e é esse ponto que devemos focar quanto à missão do Venerável Mestre e sua Espada Flamejante.

O VENERÁVEL DEVE SER BOM, MAS NÃO BOBO.
PODE ATÉ SER UM "ANJO", MAS NÃO PODE ABRIR MÃO DA ESPADA.
A SABEDORIA NÃO ESTÁ EM SABER DAS COISAS,
MAS PERCEBER A SUTILEZA DAS SITUAÇÕES.

Ter uma visão arguta significa ter a capacidade para perceber com facilidade as tenuidades das conjunturas, avaliando rapidamente as circunstâncias e, de forma eletiva e profunda, aplicar o esquadro. Logo, colocar tudo em retidão, sem dó nem piedade.

Um grande erro dos que se assentam no Trono de Salomão é acreditar que devem agradar a todos e evitar problemas. O Trono está sobre a Verdade, que pode ser bela ou dolorosa, mas que continuará a ser íntegra e reta, cumprindo sua missão, indiferentemente da forma como se apresenta, uma vez que a mesma luz que ilumina pode cegar.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.

Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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