Vencer as minhas paixões
“Quando ele experimenta uma sensação agradável, desagradável, ou neutra, ele sabe que isto é impermanente, que isto não o prende, que isto não é experimentado com paixão. Seja qual for a sensação, ele a experimenta sem apegar-se a ela. Ele sabe que essas sensações se apaziguarão com a dissolução do corpo, como a chama de uma lâmpada se extingue quando o óleo e a mecha vêm a faltar”. Ensinamento do Buda.
Perguntas e respostas justas e perfeitas fazem parte do processo de reconhecimento da condição de iniciado de um obreiro.
A primeira resposta justa e perfeita que se espera do obreiro é o reconhecimento de que ele não possui autoridade de julgamento da sua própria condição de iniciado. Esta deverá sempre ser objeto de certificação por parte dos demais obreiros de sua Loja.
Ter participado de uma sessão magna de iniciação, ser portador de carteira de identidade emitida pela Obediência, ser portador de títulos e de paramentos... Nada disso é suficiente para franquear o acesso ao Templo. É necessário que o visitante seja reconhecido como irmão. Assim como é necessário que ele venha de uma Loja de São João.
É fundamental verificar o ele traz para todos os irmãos. Como também, é necessário saber do visitante o que se faz na sua Loja de origem. E o que ele veio efetivamente fazer.
- Vencer as minhas paixões.
É o início de uma resposta justa e perfeita. Todavia, não é suficiente apenas declarar. É necessário viver esta batalha com o sentimento do dever cumprido.
As paixões são os apegos, o que limita o homem, a origem do sofrimento.
Apegos aos bens materiais, as coisas, as pessoas, até mesmo as ideias... A tudo que é impermanência. Apego as ilusões, nas palavras serenas do Buda:
“Eis, ó Bhikkhu, a nobre verdade sobre a cessação de dukkha (sofrimento). É a cessação completa desta sede, tanha (falta de orientação do desejo): abandoná-la, renunciar a ela, libertar-se dela, desapegar-se dela”.
Assim a libertação do sofrimento (dukkha) consiste no fim do desejo desorientado (tanha) – que sempre quer mais e nunca se satisfaz. Consiste no fim da ilusão e da ignorância.
Ao termino de cada terrível e temerária viagem que é submetido o candidato ao ingresso na Ordem, lhe é perguntado:- Porque espera ser recebido entre nós?
O irmão que o conduz responde. - Por que é livre e de bons costumes.
É comum aceitar-se, inicialmente, como manifestação do ser livre a condição relacionada à liberdade de pensamento. Todavia, na medida em que o obreiro submete a sua vontade pessoal à vontade de Deus, nele se realiza os novos progressos. Assim o obreiro poderá efetivamente ser reconhecido como um homem plenamente livre. Livre do sofrimento, da dor, da má consciência, da ilusão de um ego inflamado.
Hiran de Melo