"Tudo vale a pena, se a alma não é pequena"

A frase título, que foi usada na ilustração do artigo 980 – Eleição, uma grande instrução, pertence ao poeta português Fernando Pessoa, que, apesar de sua admiração pela Maçonaria, nunca foi Maçom.

Ousei agregar uma reflexão a ela:

“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.”
Por isso, não apequene sua alma.
Avalie suas ações, para ter certeza se valerá a pena.

A trimembração do homem em Corpo, Alma e Espírito é um conceito difundido por séculos e em diversas civilizações. Contudo, no ano de 869, durante o Concílio de Constantinopla, dogmatizou-se que o homem é dotado apenas de Corpo e Alma. O interessante, porém, é que a Alma “adquiriu” características espirituais.

Na Maçonaria, indiferentemente da religião professada, é fundamental que o Maçom procure entender a IMPORTÂNCIA DA ALMA. Por quê?

É NA ALMA QUE A VIRTUDE SE ABRIGA E INFLUENCIA O SER HUMANO.

Assim, a alma é, para nós, uma entidade imaterial marcada pela psicoespiritualidade, atuando nas relações entre as pessoas.

“Animu”, que significa “alma” em latim, carrega o sentido de “anima”, que podemos compreender como “animar”, “inspirar”, “motivar”. Se vivenciarmos dessa forma, o tudo valerá a pena, quando aquilo que nos motivou não foi de pouca estatura moral e ética.

A grandeza da Alma do Maçom é reconhecida como tal por seus Irmãos em manifestações de generosidade, tolerância, falar a verdade, não mentir e, sobretudo, não burlar as leis.

Nos trabalhos maçônicos, a frase do poeta deve estar presente na Prancha de Delinear Mental. Ao nos propormos a uma obra, devemos avaliar nossa trimembração:

Estamos em matéria (corpo) aptos e hábeis para a obra?
Somos uma unidade (espírito) do Criador, disposta a tornar feliz a humanidade?
O que realmente nos inspira (alma) é o ter ou o ser, é o eu ou o ele?

Devemos esquecer o título de Maçom, já que vemos exemplos negativos que trazem vergonha a essa condição. Façamos o compromisso pessoal, silencioso e verdadeiro de sermos OBREIROS. Concentremo-nos nos instrumentos e nos materiais para a obra, para o edificar, e não para o demolir. Muitas vezes, devemos aos que nos rodeiam apenas um “bom-dia”, “boa-tarde”, “boa-noite” e, ao final de cada empenho, indagar: valeu a pena?

É desse modo que começa o Poema X da obra “Mar português”, de Fernado Pessoa:

“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,”

*** No próximo 13 de junho, comemora-se 136 anos de nascimento do poeta Fernando Pessoa. Deixou um legado que valeu a pena! Quantos de nós tem a consciência que ações tomadas, repercutirão no que teremos que responder a nós mesmos, por isto, se antecipe e questione: - Vale a pena?

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
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