Sobre o silêncio
Em Maçonaria uma das máximas do grau de aprendiz é o silêncio, com ele aprendemos a introspecção, o silêncio é a virtude através da qual se aprende a ser prudente e indulgente.
O aprendiz não tem nada que dizer, não sabe nada, sua idade não lhe permite ainda fazer perguntas, tão somente pode calar, abrir os olhos observando o que ocorre a seu redor e escutar atentamente o que passa.
A partir do silêncio podemos despertar nossos sentidos, fazer viagens ao interior de nossos pensamentos e repousar neles tranquilamente.
O silêncio inspira ao aprendiz a entrar em sua espiritualidade, a contemplar a grande obra e a busca da luz.
O silêncio está simbolizado na simples ou espátula que sela os lábios do aprendiz docemente para que este o guarde desde a tranquilidade do afeto e o crescimento lento e seguro.
O silêncio está na busca do equilíbrio, para aprender a calar é preciso estar consciente de nossa incapacidade de fazê-lo, as palavras são a consequência direta de nossos pensamentos, as melhores palavras são as curtas, as breves, as que não implicam mais que o justo e estruturado, o domínio de si mesmo e a mais profunda espiritualidade.
Na música, por exemplo, tal silêncio é considerado como uma nota que não se executa, marca um momento, uma pausa que geralmente é breve e se gráfica no pentagrama em forma de um z, o silêncio na música pode chegar a um grande desfrute do que precede e o que vem, mas no silêncio também está implícito o sentimento do compositor, o nível de dramatismo que quer imprimir em sua obra, é por isto que o silêncio se considera música em si mesma. O silêncio também é um descanso para que os intérpretes se recomponham e renasçam.
Na vida profana o silêncio implica um grande sacrifício, os homens e mulheres estão acostumados a desbordar nossas paixões através das palavras, essas que em tantas ocasiões se empanturram na garganta e começam a explorar como rajadas incontroláveis do fuzil.
Fonte: Blog da respeitável Loja Jacques de Molay Nº 1545, Pereira, Colombia.
Tradução livre feita por: Juarez de Oliveira Castro.