Só para relembrar
Ainda ressoam em nossos ouvidos as fortes palavras do momento da iniciação.
O estado de cegueira em que nos encontramos, e o símbolo das trevas que cercam o mortal, que ainda não recebeu a luz que o guiará na estrada da virtude.
Por outro lado, a certeza da sublimidade do momento, nos tocava pelo gesto amigo da mão sobre o ombro e da mensagem tranquilizante: Sou o vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis.
As provas de resignação e de coragem fortaleceram a nossa confiança para conquistarmos os galardões da virtude, da honra e da sabedoria.
A Terra, a Água, o Ar e o Fogo nos identificaram com o mundo e com a nossa consciência, na busca da instrução e do aperfeiçoamento, caminhando nas trevas em busca de luz.
Faça-se a Luz! E a Luz foi feita! A Luz seja dada ao iniciando.
No infinito corredor da nossa consciência divisamos uma nova Luz, aquela que doravante vai iluminar o nosso caminho. Ela sempre esteve ao nosso lado, mas não a víamos "com os olhos que sabem ver". Essa luz maravilhosa que só os iniciados são capazes de entender, com a força que leva o homem ao dominio da paz, da ordem e da felicidade.
Ali estavam os mistérios, a tradição dos ensinamentos exotéricos ministrados há milênios. Com as mesmas formas e alegorias...
Através do desbastamento da Pedra Bruta que existe em cada um de nós, estaremos realizando toda a moral do aperfeiçoamento humano, procurando nos afastar dos defeitos e paixões a fim de poder contribuir para a construção moral da humanidade.
Pelos sinais, toques e palavras iremos desenvolver a segurança das nossas tarefas, relembrando com constância os sérios compromissos que espontaneamente assumimos.
A humanidade deve ser uma constante na vida do maçom, especialmente na do aprendiz, sem o que não entenderá a importância da obediência como fator de progresso, de aprendizado e de realização. A pressa é a inimiga da perfeição e é se aprendendo com disciplina, que fortaleceremos os nossos princípios.
Esse aprendizado nos dará a segurança para a superação dos obstáculos e dificuldades. Ele é fundamental e deve ser regra básica para entendimento do Rito e grandeza da Ordem. Não devemos nos empolgar com as conquistas no nosso desenvolvimento. Elas são apenas etapas da nossa caminhada.
Que a felicidade pelo dever cumprido nos sirva de estimulo para continuarmos a nossa tarefa de obreiros do bem. Devemos nos familiarizar com os instrumentos e utensílios do aprendizado, nas suas funções especulativas, induzindo-nos a empregá-las com critério na meditação, no trabalho, no descanso físico e espiritual.
O conhecimento na exatidão, ajudado pelo trabalho, e efetivado pela perseverança, vencerá todas as dificuldades, extinguindo as trevas da ignorância e espargindo a felicidade no caminho da vida.
Hoje somos investigadores dessa verdade, pois saído das trevas para penetrar nos mistérios, nos livramos dos dogmas que limitavam o nosso raciocínio.
Não somos mais o homem preso à Terra pelo egoísmo dos nossos sentimentos, sufocados pelo circulo dos preconceitos, aceitando passivamente os velhos erros que nos foram impostos. Somos o homem ser superior, feito a imagem e semelhança do criador, usando conscientemente os seus deveres e seus direitos para chegar ao apogeu da perfeição. É nosso dever lutar pela construção de uma sociedade justa e perfeita.
Os principios e juramentos solenes nos prenderam de forma inquebrantável nas cadeias da honra e nos abriram as portas do conhecimento infinito. Há muito que se caminhar a luz que conduz os homens de bem ao porto seguro das suas realizações, há de iluminar com segurança o percurso que haveremos de fazer. Essa luz, que iluminou as trevas em que vivíamos, nos fez renascer para a eternidade, nos dando enorme responsabilidade de liderança. Todas as tarefas, por mais difíceis que surjam, não diminuirão o nosso espírito de luta, pois acima de nossas fraquezas humanas, estarão a disposição de trabalhar sempre para o aperfeiçoamento da humanidade. Tudo isto conseguiremos através do amor, que nos leva a renúncia e ao mesmo tempo a glória.
No Monte Sinai o Supremo entregou a Moisés o Decálogo, cuja máxima primeira bastaria para sintetizar a união que deve prevalecer sobre a face da terra. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
O amor nos leva a união e a paz.
"O quão doce e tão suave, que os irmãos vivam em união"... (Salmo 133)
Que Deus nos ilumine e guarde
Milo Bazaga
Mestre Maçom