Quando o errado pode ser o certo e o certo pode ser errado?!
Acreditamos há séculos que a única alternativa para o controle excessivo é a permissividade!
Mas se eu não o criticar, o punir e o fizer sentir-se mal, culpado e com medo ele não vai aprender a lição.
Quem nunca pensou assim que atire a primeira pedra.
Não só educamos assim nossos filhos, como gerenciamos pessoas com os mesmos princípios.
Quem sou eu para dizer que a punição não funciona?!. É claro que funciona, só que no curto prazo, enquanto há medo, culpa, dor. O problema é que a punição não só prejudica a auto-estima e a autoconfiança como gera desconexão, raiva e rebeldia!
"De onde nós tiramos a ideia de que , para levar uma criança (um colaborador, um líder, um filho) a agir melhor (comportar-se adequadamente), antes precisamos fazê-lo sentir-se pior? "Jane Nelsen
Lembre-se de um momento em que você foi humilhado, criticado e julgado. Como se sentiu? O que você fez?
Há aqueles que dizem, mas isso me fez ser melhor! E eu pergunto: a que preço? Ao preço da sua auto-estima? Do seu bem-estar? De relacionamentos conflituosos? De mágoa e rancor? De medo?
Uma das crenças que mais assolam meus clientes e os impedem de serem melhores é a crença de não serem bons o suficiente, de não serem dignos de amor e reconhecimento caso não sejam impecáveis, perfeitos. A crença de não poderem jamais errar.
Já pararam para pensar de onde isso vem?
Vem do nosso mindset pessimista, da educação que recebemos em casa e na escola, vem da sociedade, da cultura capitalista, vem do foco no problema, da busca cega pela perfeição, do julgamento crítico e pela falta de questionamento de crenças e pressupostos que não são os mais efetivos há muito tempo.
Literalmente nós paramos no tempo. É mais importante saber um pouco de tudo do que tudo de um pouco. A superficialidade reina nas redes sociais, no trabalho, nas rodas de happy hour, nas escolas e em casa.
Pesquisas demostram que crianças que experimentam uma grande quantidade de punição tornaram-se rebeldes ou temerosamente submissas.
Nossas desculpas não são mais válidas. Quanto mais medo de errar, mas acabamos errando.
As circunstâncias mudaram e continuarão a mudar. A forma como fomos educados não atende mais as necessidades socioemocionais dos nossos filhos, nossos futuros líderes.
Mas...pra que mudar? Só uma razão, a meu ver. E esta razão é o amor, o amor pelas pessoas, pelo nosso mundo, por tudo aquilo que realmente importa e faz a vida valer a pena!
Convido você que está investindo seu tempo agora lendo este texto a se permitir usar sua capacidade de empatia para compreender o outro.
Quando uma criança (ou qualquer outra pessoa) se comporta mal ela está querendo dizer alguma coisa muito importante, buscando expressar uma necessidade, mas a verdade é que ela não sabe como fazer isso de outra forma, então ela chora, grita, briga, bate.
Quando tivermos a atitude de olhar o outro como um ser humano, respeitando a sua e a nossa humanidade, sem julgamentos pré-concebidos, poderemos nos conectar com o outro em um nível tão profundo que todo e qualquer comportamento inadequado poderá ser transformado quase que instantaneamente.
Quando nos permitimos entrar em contato com a intenção positiva que há por trás de todos os comportamentos, quando decidirmos desapegar de velhos e ultrapassados conceitos, estaremos aptos a usufruir da nossa potencialidade pura e total.
Umas das minhas técnicas favoritas que uso com meus filhos quando estão em conflitos é primeiramente reconhecer o sentimento de raiva que estão apresentando em relação ao outro. No passo 2, ouço atentamente a versão de cada um de forma respeitosa. No passo 3 mostro a eles que é realmente uma situação desafiadora de se resolver. No quarto passo expresso minha confiança de que eles serão capazes de encontrar uma solução boa para os dois. E por último, saio do ambiente e os deixo por um tempo. E pasmem! Sempre funciona!
Desde que comecei a estudar a Psicologia Positiva e seus campos de atuação, como a Educação Positiva, Liderança Positiva e a Saúde Positiva, passei a ter uma outra visão sobre o mundo, sobre as pessoas e principalmente, a me comportar de uma forma verdadeiramente pró-ativa frente as adversidades da vida.
Admito que não é fácil para nós adultos mudar padrões antigos de comportamento, entretanto a boa notícia é que é possível. E o que me motiva são os resultados que trazem uma promoção completa de bem-estar em todos os níveis dos meus relacionamentos pessoais até os interpessoais.
Pra que insistir em um método ultrapassado e ineficaz a longo prazo e que tem tantos efeitos colaterais, se podemos mudar e conseguir educar nossos filhos, liderar pessoas extraindo o melhor que cada tem dentro de si, ajudando-os a encontrar a melhor forma de se expressarem e lidarem com suas emoções?!
A Disciplina Positiva e a Educação Positiva são abordagens mais recentes baseadas em respeito mútuo e cooperação. Incorpora gentileza e firmeza ao mesmo tempo como fundamentos para ensinar competências de vida com base em um lócus de controle interno.
Isso ensina crianças e adultos a desenvolverem autonomia e autoresponsabilidade, que é a crença de que são capazes, são bons o suficiente e que podem aprender muito com seus erros, num processo natural de crescimento e evolução.
Entre o controle excessivo e a permissividade, existe a gentileza e a firmeza, o caminho do meio!
Experimente trilhar este caminho! Faça a sua parte!
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Originalmente publicado em: Linkendin.com