PROFANAÇÃO OU SACRILÉGIO?
Não sendo a Maçonaria uma religião, como podemos, então, tratar de profanações e sacrilégios?
Em primeiro lugar, precisamos entender a sutil diferença entre profanação e sacrilégio, apesar de serem considerados sinônimos em alguns dicionários.
O termo sacrilégio é a junção do latim sacer, que significa sagrado, e legere, que significa roubar. Portanto, DE DENTRO PARA FORA.
Já o termo profanação origina-se de profanāre, o qual entendemos como tornar profano. Contudo, o que vem a ser “profano”? De forma simplista, é Pro = fora, fano = templo. DE FORA PARA DENTRO.
O conceito lexical de ambas as palavras encontra-se no ato do desrespeito ao que é sagrado, em um espaço, objeto, pessoa ou ideia. E essa sacralidade não é um preceito religioso. É o sentimento de respeito e veneração, a exemplo de diplomas, fotos dos antepassados, um lar, um bebê ou um ancião.
Logo, a profanação e o sacrilégio ocorrem em nosso meio quando agimos de forma inapropriada ou degradante com tudo o que envolve a Maçonaria, falhando, conscientemente ou não, com promessas feitas.
Dessa forma, devemos compreender que símbolos, alegorias, objetos e, até mesmo, jargões não podem ser tratados e usados de maneira irreverente ou como linguagem e manifestações comuns.
Decerto, muitos ocorridos acontecem por ingenuidade de acreditarmos que, usando nossos símbolos, estamos exaltando a Ordem, e o resultado pode ser exatamente o contrário. Exemplo notório é o uso de adesivos do Esquadro e do Compasso em lataria de automóveis que avançam o sinal e estacionam em locais proibidos.
Há os desconexos que bradam nossas palavras com hálito etílico e outros que fazem sinais de ordem em ambientes públicos. Esses são exemplos claros de sacrilégios, visto que retiramos (roubamos) elementos inerentes aos labores intratemplo e os expomos no extratemplo.
Muitos não imaginam o quão pernicioso é para a Ordem o uso do Balandrau em Sessões Públicas, e há ainda a capacidade dos Irmãos de participarem com essa vestimenta de Pompas Fúnebres em cemitérios. Isso é fornecer subsídio às mentes criativas e preconceituosas da sociedade.
As profanações ingênuas estão na forma como se tratam aspectos extratemplo, mas que podem ocorrer intratemplo. Exemplos são as festividades comemorativas de bodas matrimoniais. Não há “Casamento Maçônico”, existe um cerimonial de Reconhecimento Conjugal, que deve ser realizado conforme o ritual específico – sem bençãos, imposição de mãos e orações religiosas que podem não ser entendidas por grupos religiosos diferentes.
A segunda afronta/profanação que tem se manifestado com frequência, a qual não se pode dizer que acontece por ingenuidade, são as mais pesadas e conscientes. São justificadas como algo natural e consequência da evolução da sociedade. Modificações de rituais, invocação de leis profanas em nossos regramentos e desrespeito a autoridades simbólicas e efetivamente eleitas ocorrem pelas mãos e mentes de quem não compreende a missão da Maçonaria.
Em síntese, devemos compreender que:
MAÇONARIA DE VERDADE É DENTRO DO TEMPLO.
MAÇOM DE VERDADE É FORA DO TEMPLO.
Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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