O SEGREDO DOS INICIADOS

"Ordo Ad Chao", segundo as Ordens Iniciaticas, está escrito em latim e destinado a ser traduzido como "ordem do caos" e o Ouroboros ou Ouroboros do grego ouvirá, cauda, borá, alimento, é um sinal que representa uma serpente ou um dragão em forma circular. para que possa morder a cauda, em um ciclo eterno de coisas.

Também é o esforço eterno, a luta eterna ou o esforço inútil, pois o ciclo recomeça apesar das ações para impedi-lo.

A harmonia só nasce da conciliação de contrários, pois a harmonia é unificação de muitos termos que se encontram em confusão e acordo entre elementos discordantes.

O Ouroboros, ao alimentar-se não morre, desenvolve-se e cresce, o que pode voltar a alimentar-se de si mesma num processo sem fim.

Isso tornou-o um símbolo da eternidade e da imortalidade, mas, se refletirmos um pouco também significa a representação de um processo sem saída, fechado sobre si mesmo e sem capacidade de evolução, o que simboliza o Caos, a partir do qual o nosso Universo foi criado.

A grande maioria das tradições diz que antes da existência do mundo existia o caos.

Se acedermos à linguagem do símbolo, o Todo se manifesta no Um e uma dessas representações é o Ouroboros, em forma de cobra, dragão ou cobra mordendo a própria cauda. Este conceito é admitido como um símbolo de purificação, que representa os ciclos eternos de vida e que vem sendo estudados pela alquimia, pelas Ordens Iniciaticas e muitas outras escolas filosóficas e simbólicas.

Imagens de Ouroboros foram descobertas nos hieróglifos encontrados na câmara do sarcófago da pirâmide Unis; em 2300 a. C. Para os filósofos alexandrinos, no anel de Ouroboros, eles viam tanto o decorrer dos anos, como o retorno à origem ou o início da Grande Obra ou Opus Magnum, onde se ingere a cauda úmida e venenosa do dragão.
Quando ele muda completamente a pele, como a serpente, você obtém a panaceia do seu veneno ou "elixir da vida eterna ou da imortalidade.

Esta bebida seria a lendária poção ou bebida que garantia a vida eterna. Entender esses conceitos, foi um dos objetivos perseguidos por muitos alquimistas, como remédio que curasse todas as doenças físicas e mentais (panaceia) e prolongasse a vida eternamente.

Também na mitologia nórdica, encontramos a serpente Jormungand, uma Ouroboros que chegou a um tamanho tão grande que conseguiu rodear o mundo e prender a própria cauda com os dentes.

"Em primeiro lugar, houve o Caos" diz Hesíodo em sua Teogonia. O caos (palavra que deriva da língua grega, Χάος Kháos ou cháos normalmente se refere ao imprevisível. "Um sistema caótico é um sistema sem leis; nem mesmo a lei de que não há leis".

A grande maioria das tradições referem-se
ao caos antes da existência do mundo.

Alimentar-se não morre, desenvolve-se e cresce, em um processo sem fim. Isso tornou-o um símbolo da eternidade e da imortalidade, mas, se refletirmos um pouco também significa a representação de um processo sem saída, fechado sobre si mesmo e sem possibilidade de solução, o que simboliza o Caos, a partir do qual o nosso Universo foi criado.

Se atendermos a vários conceitos filosóficos e leis naturais, esta figura sugere um círculo, uma linha curva, um círculo eterno que não tem começo nem fim, a natureza cíclica das coisas, o eterno retorno e outros conceitos percebidos como ciclos que recomeçam assim que concluem. Resumindo, uma trajetória eterna em oposição ao caos.

"ESTE É UM CICLO CONTINUO, SEM NUNCA ENCONTRAR UM EQUILÍBRIO DEFINITIVO".

No antigo Egito, o Ouroboros estava associado à marcha do Sol, desde o amanhecer até ao seu desaparecimento
e ressurreição constante do astro rei.

Aparecia no leste, no Oriente, onde nascia e desaparecia no oeste, o Ocidente, onde morria, para depois do período lunar, renascer de novo pelo leste.

Na representação do Ouróboros também descobrimos os três graus das Ordens Iniciaticas, onde se trabalha em Logias Simbólicas, e que têm sua correspondência com o processo de morte-renascimento das três fases do processo alquímico.

Os gregos criaram o conceito de cosmos, dando a este o significado de ordem e harmonia particular e universal, ou seja, o oposto do vazio e da desordem do caos, é a partir do referido "Caos" que tudo o resto se origina, agindo sobre ele uma força ou série de forças que vão ordená-lo, dando lugar ao cosmos (que significa precisamente ordem) no qual as regras são ditadas por seres imortais que decidem segundo o seu capricho ou humor.

É na Grécia, no século V a.C., que o cosmos se impõe de certa forma ao caos pela primeira vez, pelas mãos de Platão e Aristóteles, que fazem conhecer um novo paradigma do pensamento que se opõe à ideia de serem governados arbitrariamente por forças misteriosas ou pelos deuses, atribuindo à natureza uma ordem que é possível conhecer e seguir.

No entanto, a ideia do caos se prolonga durante a Idade Média até bem entrado o Renascimento, e é com a chegada de Descartes, Copérnico, Galileo, Kepler, Newton que se impôs a ideia do cosmos sobre o caos.

Paracelso afirmava que a partir do Yliaster, primeira matéria primitiva que é a génese de tudo o que foi criado, surgem dois princípios: um negativo, feminino e passivo; outro positivo, masculino e ativo. Do encontro de ambos surge o Caos.

Graças à luz, surgem de lá os quatro elementos, e a partir desse momento os diferentes seres que povoam o universo.

O Caos, representado de forma circular ou esférica de acordo com as ideias dos filósofos e alquimistas antigos, é um princípio desordenado contrário ao cosmos, onde as forças opostas estão em conflito, em batalha perpétua e luta contínua, é o símbolo da "Matéria Primitiva", uma substância indispensável da qual a matéria é criada.

No entanto, estamos perante a contrariedade da Unidade, enquanto na ordem da origem existe a Unidade do Todo, na Grande Criação, o Ouroboros, representa o Caos, mas este é também uma Unidade e está completo, porque nele tudo está contido.

Eles são o começo e o fim eternamente unidos. Não lhe falta nenhuma parte, pois Ele contém toda a substância e energia do Universo, embora os opostos estejam em eterno conflito.

Wilson Lima