O Compasso na Maçonaria
De acordo com o dicionário da Real Academia Espanhola, o Compasso é um “instrumento formado por duas pernas agudas, unidas em sua extremidade superior por um eixo ou base para que possa se abrir ou se fechar.
Serve para traçar circunferências ou arcos e tomar distâncias. E como é comum suceder com as ferramentas e os instrumentos utilizados pelos construtores, existem várias classes deles segundo seu uso e manejo. Dessa variedade, a Maçonaria especulativa tomou a imagem do Compasso que utilizavam os canteiros do século XVII no trabalho de pedras para duplicá-las reproduzindo nelas as medidas exatas de outra anteriormente esculpida.
O Compasso é uma das duas ferramentas que mais identifica a Maçonaria especulativa desde a sua aurora no século XVII - acima, cruzada ou abaixo do esquadro - mostrando o progresso de impor nossa melhor parte e nossa atitude superior em nossa condição inferior ou básica.
Na Ordem Maçônica simboliza a essência do transcendente que deve animar o Maçom em sua aproximação às decisões e ações que a sociedade o demanda. É a memória moral da Ordem oferecendo instruções de conduta.
Expressa fundamentalmente valores e virtudes tais como os bons sentimentos, o altruísmo, a generosidade, o desinteresse, a filantropia, a magnitude, a nobreza, a felicidade, a caridade, o idealismo, a elevação de focos, a superação pessoal, a fidalguia, o cavalheirismo, as emoções sãs, o afeto sincero, a filosofia, a dignidade humana, a honorabilidade, a consciência esclarecida, a sabedoria, a honra, a amizade, o bom comportamento cidadão, a inteligência ativa, o amor ao próximo, o saber, uma vida comprometida, a liberdade como objetivo, a igualdade como meta, a fraternidade como distintivo, etc.
O Compasso é também o instrumento que mais simboliza o trabalho intelectual e o entendimento do Maçom, e o que, de acordo com os diferentes graus de abertura de seus braços, permite traçar círculos para delimitar nossos direitos e nossos deveres em nossas relações com os outros. Nos impõe limites para manter nossas paixões, preconceitos e defeitos afastados, e indica a possibilidade de conhecimento dentro de limites precisos que não podemos ultrapassar.
O Compasso, com seus traços, incita o Maçom a se situar no lado bom de sua vida ao perfilar a delicada fronteira que existe entre a luz e a escuridão, entre o bem e o mal, entre o apropriado e o inapropriado, entre o justo e o injusto, entre o benevolente e o agressivo, entre a responsabilidade e a ociosidade, entre o empático e o desconsiderado, entre o útil e o inútil. É por excelência, e em consequência, o instrumento para delinear uma postura escolhida a partir de uma situação ética.
Passar do Esquadro ao Compasso é prosperar no método Maçônico. É se apoiar na base doutrinal mais sólida que pode existir - que é o coração mesmo do Maçom - para a indispensável harmonia da obra.
Isso implica uma razão para querer seguir sendo Maçom com tudo o que isso implica de construção interior autêntica, auto satisfeita e determinada.
Iván Herrera Michel
Fonte: https://www.diariomasonico.com/
Tradução livre feita por Juarez de Oliveira Castro