Nunca se esqueça de onde veio e de quem chegou com você até aqui
A vida vai sempre nos levando em frente, abrindo novos rumos e diversas moradas ao longo do tempo. Encontros e desencontros marcam a nossa jornada, tornando-a sempre múltipla e especial, apesar de cada tombo pelo caminho, de cada lágrima que escorre e das inevitáveis perdas nesse percurso. Por isso mesmo, é importante que guardemos dentro de nós tudo e todos que fizeram parte de nossa história, com gratidão sincera.
Os objetivos de vida nos impulsionam a querer sempre mais, a jamais estacionarmos nossos sonhos, continuando a explorar novos caminhos e, nessa caminhada, acabamos nos distanciado de pessoas queridas e dos nossos ambientes de origem. Isso é natural, pois, caso nos limitemos, caso nos acomodemos, permanecemos estagnados, fugindo às infinitas possibilidades que nos aguardam bem à nossa frente.
E assim estabelecemos novas metas, encontrando amizades diferentes, mudando para distantes paragens, aceitando desafios outros, para que sigamos alcançando os sonhos que nos impulsionam os avanços necessários ao nosso aprimoramento pessoal. O tempo passa, as pessoas mudam, nós mudamos, pensamos mais longe, enxergamos o mundo de novas formas, o que nos torna sempre mais desejosos de obter conquistas e realização pessoal.
A ambição não é necessariamente negativa, porém, muitas vezes ela acaba atropelando a nossa alma, varrendo de seus domínios aquilo que teríamos necessidade e obrigação de preservar lá dentro. É o caso de quem deleta de sua vida, sem razão, pessoas que já foram essenciais em seu mundo, bem como apaga de suas lembranças os lugares em que já habitou os seus medos e encontrou repouso consolador.
Chegar ao ponto mais alto de nossas ambições é prazeroso e deve, sim, ser motivo de contentamento, porém, caso tenhamos perdido pessoas especiais e valores morais pelo caminho, será impossível nos sentirmos verdadeiramente completos. É necessário manter arraigados, em nossos corações, os suportes de vida que nos tornaram capazes de ser quem somos e de fazer o que fazemos.
Ser grato a tudo o que nos possibilitou chegar onde estamos e a todos que nos deram as mãos quando mais precisamos enquanto lutávamos é o que imprimirá, em nossa essência, o amor verdadeiro. Sim, porque é o amor, sempre ele, que nos sustentará em meio às dores e às alegrias que constituem a nossa jornada de vida. Nada mais do que isso.
"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".
publicado em recortes por Marcel Camargo