Maçonaria: O que nos traz aqui?
Com certeza as respostas às perguntas serão tantas como aquelas feitas aos membros da maçonaria. Irão, desde “por curiosidade”, até “por conhecer maçom”, poucos, ou nenhum, poderão dizer que chegaram buscando o que realmente se pode encontrar, porque ninguém poderá explicar com claridade a verdadeira razão da Arte, seu mais íntimo ser e sua aplicação pessoal e finalista, buscá-lo, ainda melhor, trabalhar em favor do Progresso da Humanidade.
É fácil falar sobre os princípios, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, embora mais tarde e depois de um tempo descobrimos que alguns deles são cumpridos de maneira bastante relativa.
Igualdade, quando apenas uma parte da humanidade é admitida. Fraternidade, e não somos capazes de manter um comportamento fraterno elementar (não falo sobre amizade que está em outra etapa) com alguém que não responde aos nossos parâmetros de convivência porque, às vezes, a ausência de empatia é evidente e o esforço para resolvê-lo. Liberdade, quando passamos nossas vidas escondendo nossa condição maçônica com base em desculpas que apenas cobrem nosso medo e, portanto, são uma cadeia que nos impede de voar, liberando nossa mente e levando-nos ao exercício do pensamento crítico.
É fácil falar sobre o internacionalismo, o que é difícil é que este conceito não seja transmutado para o imperialismo ou o neocolonialismo intelectual, porque não se trata tanto de cobrir todo o mundo como da maneira como isso é realizado.
Pensamos na tolerância como uma das virtudes maçônicas e não entendemos que não é tanto um "eu te tolero" como um "eu respeito teu modo de pensar" (quando isso é respeitável, é claro, já sabemos que nem todos eles são).
"Procuro me colocar no teu lugar" e, a partir daí, entendo seu direito de ser diferente de mim e de saber que, apesar dessa diferença, também podemos trabalhar juntos e nos enriquecer.
Isso também não é fácil de explicar muito bem, porém, o difícil é entender isso sem viver.
Talvez alguém diga que busca um caminho iniciático, mesmo que desconheça como é o caminho ou como conduzir, ao ponto que, uma vez que ele percebe que não é o que estava procurando. Ou simplesmente o iniciático não é mais que um exercício de arrogância intelectual, colocando-se acima dos outros porque já se sabe que na escala iniciática, quem está acima é fácil que, se não coloca cuidado, terá um pé na cabeça de alguém.
Então, o importante não é tanto o que nos traz aqui, como em que nos transformamos quando estamos aqui, quando entendemos o método e quando assumimos que nossas imperfeições devem ser polidas para obter a pedra mais perfeita que possamos, nunca o suficiente.
Pedro José Vila Santos
Tradução livre feita por Juarez de Oliveira Castro