Livres para serem iguais
Se formos todos iguais, certamente é porque já não somos livres.
Minha primeira reflexão profunda sobre o confronto da liberdade com a igualdade, enquanto princípios, foi provocada por um professor do meu primeiro período do curso de História na UFMG.
Ele nos propôs, em um trabalho, que definíssemos a solução mais justa para o seguinte impasse: Uma força alienígena superior havia conquistado a Terra e deu a seus habitantes uma escolha: Poderiam todos ser escravos e, portanto, iguais, ou definir por manter apenas metade da população escravizada e o restante livre, mas, nesse caso, deveriam apontar o critério de escolha.
Já formulei dezenas de respostas para esse problema, mas nunca me satisfiz com nenhuma delas. O motivo é óbvio, a pergunta é injusta e, portanto, não há justiça possível nesse caso.
O problema, permite, contudo, uma reflexão ideológica, sobre a primazia da liberdade ou da igualdade.
O mundo da pluralidade e da diversidade, parece deixar clara a opção antropológica pela liberdade, mas sempre questiono essa conclusão, buscando acalmar o incômodo que a antiga pergunta de meu professor faz sempre ressurgir.
É melhor ser livre ou ser igual?
Minha conclusão é que, no limite, se todos forem livres, talvez alguns sejam iguais, mas a diferença poderá existir. Se formos todos iguais, por obrigação, contudo, é porque já não existe liberdade.
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Fonte: https://blogdomateus.com.br/livres-para-serem-iguais/