JUSTIÇA OU VINGANÇA?

Apesar de serem diferentes, essas proposituras de ação encontram na pretensão inicial a linha tênue do que “é correto” e do que “me favorece”.

O primeiro ponto a ser destacado é o Ego. “É correto” resulta no bem estar coletivo, ao passo que o “me favorece” é o ganho individual. De modo ardiloso, invocam-se as bençãos da Deusa Thémis (Deusa da Justiça) para que o direito prevaleça.

Então, convém destacarmos os conceitos maçônicos para as palavras envolvidas neste artigo.

Direito Maçônico é o conjunto de normas morais e princípios éticos que regulam as relações entre os Irmãos, as Lojas e as Potências. O objetivo é garantir a preservação dos valores e o cumprimento da missão.

A Justiça Maçônica, por sua vez, é uma virtude que rege moralmente o Obreiro. O intuito é balizá-lo no combate ao seu egoísmo orgânico, harmonizando suas pretensões e seus interesses conflitantes com nossos São Princípios e o respeito à Instituição.

VENCER MINHAS PAIXÕES, SUBMETER MINHA VONTADE...

Quando compreendemos e vivenciamos essa instrução, praticamos a virtude cardeal, na constante e firme vontade de dar aos Irmãos o que lhes é devido. É a justiça coletiva praticada individualmente.

É o fortalecimento da condição de homem justo que, de maneira consciente, zela pela Ordem. Tendo por hábito não só a correção de suas atitudes e, até mesmo, de seus pensamentos e, de forma correta, conduz-se na retidão moral para com os outros Irmãos.

Mas o que é o correto? É o que é próprio! Apropriado, compatível, acertado, congruente com as características inerentes à nossa Ordem e Instituição. Somos regidos por Leis, Normas e Costumes próprios e não podemos apelar para Leis, Normas e Costumes externos.

Isso em função de se tratar de uma profanação. Acreditamos que a profanação maçônica é a difusão de imagens, palavras e parte de rituais fora de nosso meio. E o é! Porém, a pior e mais nefasta é quando trazemos para dentro do Templo e para os labores em todos os segmentos maçônicos condutas e ações profanas, supostamente embasadas “A Bem da Ordem”.

Neste ponto, amalgama-se “daquilo que me favorece” – mais profanação e desejo de vingança. Suposições levam um membro a gerar conflitos e desarmonias no sistema. Imagine quão incoerente é, em uma fraternidade, alguém envidar seu tempo e seu intelecto em ações para prejudicar uma pessoa ou um grupo, em resposta a uma queixa pessoal, seja ela real ou percebida.

A Deusa Thémis personifica muito bem a Justiça Maçônica, por meio da qual a justiça é definida, no sentido moral, como o sentimento da verdade, colocado acima das paixões humanas. Era a deusa guardiã dos juramentos dos homens e da lei. Ela nunca protegeu os perjúrios.

Enfim, como Maçons, devemos compreender Justiça e Vingança?

Encontramos a resposta no filósofo grego Epicuro de Samos que, 200 anos antes de Cristo, ensinava:

“A justiça é a vingança do homem em sociedade,
como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem”.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Mestre de Cerimônias - PR25  2024/2026
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
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Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
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