HONRA OU GLÓRIA?

Nem todas as Instruções Maçônicas constam nos Rituais. Na verdade, o grande e real aprendizado se consubstancia em duas frentes.

A primeira é convivermos com os Irmãos, copiando os bons costumes e não repetindo os maus hábitos. A segunda frente é assumirmos, de maneira consciente, a postura de especuladores. Em tudo, na Maçonaria, há um motivo de ser.

Especulemos, então, o porquê de São João ser o Patrono da Maçonaria. Há vários Santos de nome João e diferentes vertentes qual João seria nosso Patrono. Como não há um consenso, todos eles, pelos fatos que os levaram à canonização, cumprem a alegoria daquele que luta e/ou defende causas como a Maçonaria. Acredito, pois, que as Lojas Maçônicas são consagradas aos Princípios dos Santos de nome João.

Ademais, creio que 90% dos Maçons brasileiros compreendem que nosso João é o Batista. Talvez pela forma como foi assassinado. Contudo, a justificativa não deve ser pela maneira, mas pelo motivo.

João Batista era ousado e confiante na verdade de seus princípios. Tinha firmeza para afrontar todos os perigos a que fora exposta sua coragem. Suas pregações eram um misto de chamamentos espirituais e condutas morais para a sociedade. Combatia os inimigos da humanidade com fervor e zelo.

Aos hipócritas que a enganam, alertava: “Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?”. Aos pérfidos, que a defraudam: “Não cobrem nada além do que lhes foi estipulado”. Aos ambiciosos, que a usurpam: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma”. E aos corruptos e sem princípios, que abusam da confiança de seu povo: “Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário”.

E como a esses inimigos da sociedade não se combate sem perigos, cortaram seu pescoço. No entanto, permita-me uma elucubração pessoal. Nestas décadas de estudos iniciáticos, em contato com vários personagens que envolvem a Maçonaria, adquiri mais admiração por João Batista do que pelo próprio Salomão.

COMO MAÇOM, VOCÊ ASPIRA À HONRA OU GLÓRIA?

Nosso “sistema educacional” pode levar ao retrocesso justamente em razão do propósito para o qual nos instruímos. A graduação não nos coloca acima de ninguém, até porque quanto mais longe você estiver dos Irmãos, mais solitário você será.

Títulos são grafados em papel que o tempo apaga, e o cupim corrompe a moldura. A altivez dos cargos são, na verdade, palavras em longos currículos materiais, que a consciência nos lembra de que, às vezes, vieram sem merecimento.

Assim é a Glória. Em geral, relaciona-se a algum tipo de conquista para impressionar o outro, havendo a necessidade de ampla divulgação, a qual será sempre transitória e insípida. “Sic transit gloria mundi”.

Veja que João Batista não teve nenhuma glória, não fez milagres, não tinha poderes. Era apenas uma voz. Todavia, o próprio Cristo reconheceu-lhe o valor e submeteu-se ao batismo.

Honra é o princípio da conduta pessoal baseado na ética, honestidade, coragem e dignidade e não precisa ser amplamente conhecida.

O PATRONISMO DE JOÃO BATISTA É A MENSAGEM SIMBÓLICA QUE
O MAÇOM NÃO PRECISA DE GLÓRIA, MAS NÃO EXISTE SEM HONRA.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Mestre de Cerimônias - PR25  2024/2026
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
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Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
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