HÁ CAMINHOS PARA O CÉU VIA MAÇONARIA?

O primeiro ponto é compreendermos o que seria o “Céu” e o que seriam os “caminhos”.

Por estar acima dos homens, expor uma beleza inspiradora e, às vezes, aterrorizante, e, sobretudo, por ser de impossível acesso material, o Céu foi designado como a morada de Deus. O Criador incriado que arquitetou todo o universo.

De lá vêm a luz, o calor, a chuva, o brilho das estrelas e a reflexão do horizonte. Enfim, o Paraíso, o lugar da vida eterna.

Apesar de meio lúdica, essa visão é a base de várias crenças. Todavia, sem adentrar em dogmas, a Maçonaria prescreve em seus Landmarks:

19. A negação da existência de Deus é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação.
20. Subsidiariamente é exigida a crença em uma vida futura e na imortalidade da alma.

A sutileza está em que, antes de ser Maçom, o candidato deve ser crente e temente. Não será por sua iniciação ou seu trabalho maçônico que ele se religará ao Criador.

Há alguns conceitos em nossos labores, porém, que podem transmitir a mensagem de que a Maçonaria é uma religião e, portanto, um “caminho” para o céu. Terrível e perigoso engano!


A MAÇONARIA TRABALHA NO HOMEM MATERIAL PARA QUE ELE POSSA VIVENCIAR A EXPERIÊNCIA TERRENA PELOS PRINCÍPIOS DO CERTO E DO VERDADEIRO.

A RELIGIÃO TRABALHA NO HOMEM ESPIRITUAL PARA QUE ELE POSSA VIVENCIAR A EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL PELOS PRINCÍPIOS DO BOM E DO BEM.

Dessa forma, é de suma importância que compreendamos que as transformações advindas das instruções maçônicas têm por propósito o enlevo moral e ético de seus membros e que elas, por si mesmas, não se destinam ao enlevo espiritual.

Decerto, há uma relação entre Ser Justo com a Paz Interior, ter Bons Costumes e afastar-se do Mal. Tudo como consequência, e não como propósito!

Até o que supostamente seria um elo entre Maçonaria e Religião cai por terra uma vez que, de fato, entendemos o real sentido da palavra.

A Virtude da Fé está em nossos Rituais e nossas alegorias, mas não há religiosidade. A Fé no conceito religioso relaciona-se, no âmbito semântico, ao verbo crer, na absoluta confiança depositada em um ser espiritual, o Criador, e que haverá um retorno positivo do desejo pessoal.

A Virtude da Fé na Maçonaria está ligada à “Fides”. Fidelidade à palavra dada. Isto é, sejamos fiéis aos juramentos e aos compromissos assumidos. É acreditar e confiar em um ser material, nossos Irmãos, e que haverá um retorno positivo do nosso desejo coletivo.

Fides era uma deusa romana de idade avançada que inspirava o cumprimento das leis, da “Palavra Empenhada”. Era o arquétipo da lealdade, da honestidade e da credibilidade, ao ponto de o Senado Romano, não raro, reunir-se em seu Templo. Sendo assim, um detalhe interessante é que, a fim de se fazer um sacrifício à deusa, era preciso ter a mão coberta com um pano branco, símbolo das mãos que não se desviaram dos princípios e mantêm-se imaculadas.

Neste ­17º ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
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