GANGA

Sim Companheiro! Há “Ganga” na Maçonaria.

Ganga é um desses substantivos clássicos que designam ou nomeiam seres, objetos, lugares diversos e que podem ser concretos ou abstratos.

Dá nome a um tecido de algodão resistente, o qual a maioria de nós conhece como jeans. No Congo e em Angola, porém, é o nome dado aos Sacerdotes Tribais e, em algumas regiões da África, designa o animal que chamamos de rinoceronte.

Animal de visão fraca, boa audição e excelente olfato, ele combina força e resistência. No Xamanismo, simboliza poder e resiliência. Nem tudo ao seu redor merece sua atenção, ouça-se, o Criador é um sopro.

Também designa as aves da família cortiçol. A espécie cortiçol-de-namaqua repassa o mesmo simbolismo do Pelicano para nós, Maçons. Na total ausência de comida, o Pelicano abre seu peito com o bico e oferece a própria carne aos filhotes.

O cortiçol percorre longas distâncias à procura de água. Quando a encontra, mergulha seu corpo, e suas penas peitorais helicoidais prendem gotículas, as quais são sorvidas pelos filhotes no ninho enquanto bicam o peito do pai. Sacrifício e doação.

Na Umbanda, o significado de “Ganga” pode variar, mas sempre haverá a conexão com o Criador. Purificação e renovação.

A fim de compreendermos o “Ganga” na Maçonaria, precisamos entender princípios da mineralogia que são essenciais no campo das alegorias e dos simbolismos. Isso porque, para além do “pedreiro de alvenaria”, do “talhador de pedras”, ao usarmos a expressão “lapidar”, estamos tratando de “polimento fino”, algo para além da matéria.

Para alguns de nós, basta a transformação da Pedra Bruta em Pedra Polida, que é o resultado do trabalho do Pedreiro. Contudo, a transformação do diamante em brilhante ocorre pela lapidação do Mestre Joalheiro.

Em mineração, “Ganga” é a substância impura que envolve um mineral. No sentido figurado, “coisa insignificante”, algo sem valor que envolve tudo o que tem valor.

Maçonicamente, portanto, a lapidação visa completar um processo de abandono do que é “ser bruto” e ultrapassar a consciência da materialidade funcional do “ser polido”.

Estamos envolvidos, normal e naturalmente, com pessoas, lugares e objetos, de forma concreta ou abstrata, que não nos agregam valor. Queremos ver tudo, não ouvimos nada, acreditamos na força da tempestade.

MAÇONARIA É UM SACRIFÍCIO, É UM SACRO OFÍCIO.
MAÇONARIA É DOAÇÃO, É DAR-SE DE PRESENTE.

Devemos, em nossa lapidação, retirar as impurezas, as quais, muitas vezes, somos nós que as agregamos à pedra já polida. Apenas retirando as dissimulações, a vaidade, a soberba, e o orgulho é que se manifestará o Espírito Diamantino, e este refletirá a beleza de uma Alma Brilhante que apresentará a si mesmo e à humanidade um coração bem formado, purificado e renovado à disposição do Criador.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Mestre de Cerimônias - PR25 2024/2026
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
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