Forget-me-not.

A Maçonaria, ao longo dos tempos, foi sempre perseguida e contestada por diversos governos, impérios e ditaduras.

Todos os déspotas sempre temeram a Ordem porque sabiam que os maçons eram homens livres-pensadores que não se submeteriam aos seus desmandos e nem abririam mão de sua independência.

Assim, desde o princípio, foi mantendo-se secreta, porque assim sua existência não seria notada e poderia continuar com seu labor em benefício da humanidade. Sempre foi encontrada uma maneira criativa e inteligente de manter o reconhecimento entre os Irmãos.

Na Idade Média, os trovadores que visitavam os diversos povoados de então, eram, em sua maioria, maçons. Quando chegavam começavam a cantar nas praças atraindo a atenção da população local. Entre suas cantorias usavam de termos e de palavras maçônicas o que facilitava a sua identificação. E assim, as mensagens eram transmitidas para os Irmãos.

O esquadro, o compasso e o triângulo sempre foram os elementos externos que identificavam a Ordem Maçônica.

Quando da segunda guerra mundial, na Alemanha, Hitler deflagrou uma perseguição feroz aos maçons.

Ao se verem assim objetos do ódio do ditador e com consciência do perigo que corriam, os Irmãos alemães esconderam todos os símbolos maçônicos e encontraram um que passou a identificá-los de uma forma silenciosa, e com um significado profundo: a flor do miosótis que é conhecida como não-me-esqueças, em inglês forget-me-not.

Ao perceber os grandes riscos envolvidos, a Maçonaria Alemã adotou a pequena flor azul forget-me-not como substituto para o esquadro e o compasso. A flor passou a conferir aos irmãos um meio exterior de identificação. Essa flor delicada tornou-se um símbolo da Maçonaria para sobreviver durante o reinado das trevas.

Passada a guerra, na primeira convenção anual da nova Grande Loja Unida da Alemanha, em 1948, o broche foi adotado como um emblema maçônico oficial em homenagem aos milhares de irmãos valentes que continuaram seu trabalho maçônico sob essas condições extremamente adversas.

A flor transformou-se assim num símbolo da fraternidade e da irmandade maçônica.

Vamos adotá-la também como penhor da nossa Irmandade e como uma homenagem aos nossos valorosos Irmãos alemães.

Fonte: Folha Maçônica No 515, 25 de julho de 2015