Enteléquia Maçônica

Na filosofia aristotélica, este conceito pode parecer enigmático. Até mesmo a palavra enteléquia é usada informalmente para expressar conceitos e expressões de difícil compreensão. O famoso “papo cabeça”.

A etimologia latina da palavra entelechĭae sintetiza uma “realidade plenamente realizada” o que complementa a complexidade filosófica. Nesta linha onde atuamos entre o explicar, complicar e provocar reflexões, indago ao Irmão: O que é um vidente?

A resposta, muitas vezes, vem tendenciosamente dirigida ao uso corriqueiro da palavra, em vez do seu significado original.

Os animais são seres videntes, simplesmente por terem o sentido da visão. Então, diante desta realidade, podemos afirmar que plenamente a realizamos?

Absolutamente, não! Ter olhos e estando-os fisiologicamente aptos à visão, não me coloca na condição de vidente. Eu, simplesmente, posso abaixar as pálpebras e nada ver.

O que impossibilitou então e minha vidência? Uma resolução interna no campo da experiência. Por algum motivo, meus pensamentos ou sentimentos comandaram o músculo orbicular e daí, passo a não visualizar a realidade.

Mas, onde se liga a filosofia aristotélica à Enteléquia Maçônica? Aristóteles qualificou o homem, basicamente, como “Ser em potência” e “Ser em ato”, a vidência explica essas qualificações:

 
TODO SER É VIDENTE POR TER O POTENCIAL DE VER,
O SER SE TORNA VIDENTE NO ATO DE VER.

A diferença, esclarecida por Aristóteles, entre a potência e o ato, é que devemos nos desenvolver a partir de uma causa final interna a nós mesmos; e não por razões externas.

Na construção da palavra, a partir do grego entelékheia, de en, “dentro” + telos, “finalidade” = entelos, “finalidade interior” + echein,”ter” chegamos a compreensão do Ser Maçom.

 
SER MAÇOM É TER UMA FINALIDADE INTERIOR

Em qualquer ser humano há o potencial de ser “Justo e Perfeito”. Indiferente de roupas ou alfaias, o homem tem o potencial de adquirir Bons Costumes e se tornar um Construtor Social.

Para passarmos da potência ao ato é preciso analisar todas nossas características. As positivas, em altas torres devemos intensificá-las. As negativas, em profundas masmorras devemos vigiá-las. Nesta autoanalise, surge outra interpretação da palavra entelékheia como “a essência da alma”.

Somente pela atuação (transformando a potencia em ato) é que o Maçom realiza a obra maçônica, em um processo contínuo, simples, pessoal, individual e, principalmente, interno.

 
TORNAR FELIZ A HUMANIDADE NÃO É MISSÃO A SER REALIZADA POR HOMENS DE GRANDE POTENCIAL, MAS, SIM, PELOS QUE, CONSCIENTEMENTE, PRATICAM PEQUENOS ATOS.

AMOR E BONDADE SÃO AS ESSÊNCIAS DA ALMA.
INTERIORIZAR EM NÓS A ALMA MAÇÔNICA 
É O QUE, DE FATO, NOS FAZ MAÇONS.

 
Neste décimo quarto ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuamos a incentivar os Irmãos ao estudo, reflexão e, principalmente, pelo momento em que vivemos a fraternidade solidária entre os Irmãos.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG