A nova busca da espiritualidade
Os guardiães do Graal, os Templários, os Rosacruzes, os Teósofos, eram círculos pequenos de pessoas que trabalhavam na clandestinidade para a manutenção do espírito vivo em meio ao incremento do materialismo.
A Bíblia profanou o Cristo reduzindo-o ao homem Jesus.
Estamos imersos em um drama com dois aspectos : um interior e outro exterior.
O Interior: a alma não aguenta viver tendo por conteúdo o materialismo, ela não é capaz de se nutrir a partir de representações materialistas por muito tempo. Isso leva a tentativas de fuga para fugir do vazio, como o álcool, drogas, tv, sensações de todo tipo.
Por outro lado, o vazio dá margem à busca de um sentido, da espiritualidade.
O Exterior: tem a ver com o fato de que os homens descobriram que o materialismo criou a tecnologia, a indústria, e isso exige uma intensificação máxima das capacidades morais. Exige a capacidade de trabalhar juntos. A tecnologia oferece perigos ecológicos e isto exige um incremento nas capacidades morais.
O materialismo que produziu este mundo não encerra em si as fontes para alimentar essas qualidades morais. Essa realidade também pode levar as pessoas à busca de uma espiritualidade. Como discernir entre um velho e um novo caminho da espiritualidade ?
Critérios:
1- tem a ver com consciência e liberdade ; um caminho para a nova espiritualidade só pode ocorrer se passar pelo portal do materialismo e para isso, precisamos intensificar o pensar claro e livre.
2- tem a ver com o caminho através do limiar entre o mundo físico e o mundo espiritual.
3- o caminho iniciático não deve nos levar para fora da Terra, mas sim nos tornar capazes de viver a vida.
Um novo caminho deve resolver os dois dramas descritos anteriormente : o interno e o externo. Novos pontos de vista devem ser produzidos para uma pedagogia, medicina, terapia, economia, agricultura, etc…
Uma espiritualidade a partir de individualidades que querem agir a partir do Espírito.
Ela utiliza o homem inteiro nesse caminho. A nova espiritualidade em sua essência é profundamente cristã, porque conduz da morte à ressurreição através do portal do materialismo, não desvia dele, mas procura redimi-lo.
As Hierarquias Espirituais que eram as fontes da velha espiritualidade se recolheram para abrir espaço para a consciência autônoma do ser humano livre. Essas Hierarquias não conhecem a morte, apenas o ser Cristo que desceu para experimentar o portal da morte.
Aquilo que os homens desenvolvem passando pelo materialismo é novo para as Hierarquias, um presente dos homens para os deuses. Vivemos uma transição dramática que tem a ver com uma re-orientação abrangente da humanidade.
Alexander Boss
Fonte: www.antroposofy.com.br