A Força de um compromisso ético.
Não é por acaso que os votos e juramentos fazem parte de todas as culturas humanas. Sejam formais ou informais, religiosos ou não, os compromissos solenes aumentam a força das decisões de longo prazo. Mas eles também trazem testes.
Não há a possibilidade de uma relação humana estável sem uma aliança sincera entre as pessoas. O compromisso pode ser tácito, ou implícito. Às vezes ele é tão evidente que não necessita ser verbalizado, como no caso de pais e filhos. Em qualquer caso, as duas partes de uma relação humana duradoura têm comportamento mutuamente previsível e aceitável, e há um acordo não verbal de cooperação e simpatia mútua.
As crises sociais resultam da decadência ética e da falta de confiança entre os cidadãos. Os compromissos solidários mantêm de pé o relacionamento entre marido e mulher, as amizades, o afeto entre os membros de uma família, e também as relações sociais. Apesar da sofisticação da tecnologia moderna, ainda é a credibilidade que domina as relações econômicas e políticas. E para que haja credibilidade a longo prazo é preciso honrar a palavra dada a cada momento.
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“Quando ofereceres um voto a teu Deus [tua alma espiritual], não tarda em cumpri-lo, pois Deus irá certamente reclamá-lo de ti, e em ti haverá pecado (em caso de descumprimento). Se te absténs de fazer o voto, não haverá pecado em ti. Contudo, cuidarás de cumprir o voto que teus lábios proferiram, uma vez que com tua própria boca ofereceste espontaneamente um voto a teu Deus [tua alma espiritual].”
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Quando assinamos um cheque, empenhamos nossa palavra de honra e afirmamos que há dinheiro suficiente na conta bancária. Antigamente, casas e terras eram vendidas a prazo com base na força da palavra de comprador.
Quando não há confiança mútua, as possibilidades de convivência se desmancham gradualmente no ar. Por isso, desde os tempos mais remotos os seres humanos têm feito promessas, juramentos e votos solenes prometendo agir corretamente e cumprir seus deveres, não só entre si, mas também em relação às divindades e à alma imortal que vive dentro de cada um.
O Antigo Testamento é uma história da aliança entre o homem e uma divindade. Na narrativa simbólica da queda do paraíso, Adão rompe os compromissos que havia assumido diante do Senhor e perde o estado de unidade primordial com a natureza. Assim o homem é condenado a desenvolver sua própria mente para aprender a decidir por si mesmo entre o bem e o mal. A partir de então, após cada período de decadência, diferentes instrutores divinos reconstroem a teia de compromissos éticos que possibilita a vida da humanidade. A responsabilidade do ser humano diante do mundo divino está no centro da sua evolução.
A teosofia, assim como o budismo, o taoísmo e outras filosofias orientais, não trabalham com a ideia de que haja um deus monoteísta. Ao ler a Bíblia, o estudante de filosofia esotérica entende a palavra “Deus” como significando a Lei Universal. Mas o termo “Deus” também pode significar o eu superior ou alma espiritual de cada indivíduo. Em Deuteronômio 23: 22-25, Moisés recomenda:
Autor:
Carlos Cardoso Aveline.